10 coisas que você deveria saber sobre o Holocausto

Hoje é o dia de relembrar o Holocausto, um dia internacional em memória das vítimas do genocídio. Aqui estão 10 coisas que você deveria saber sobre um dos mais horrendos genocídios cometidos na história:

  1. O termo ‘Holocausto’, originalmente da palavra grega ‘holokauston’ que significa ‘sacrifício por fogo’, se refere a perseguição e ao genocídio planejados do povo judeu por parte dos nazistas. A palavra bíblica ‘shoah’, que significa ‘calamidade’, se tornou o termo em hebreu padrão utilizado para se referir ao Holocausto desde os anos 1940, especialmente na Europa e em Israel. Mas a palavra ‘Holocausto’ se tornou mais popular a partir dos Estados Unidos, principalmente após a NBC transmitir uma minisérie com este nome em 1978.
  2. O Holocausto teve início em janeiro de 1933 quando Hitler ascendeu ao poder e tecnicamente terminou em 8 de maio de 1945, dia da vitória contra os nazistas. Entretanto, o plano de genocício oficial só foi desenvolvido de forma coodenada e intencional pelos líderes nazistas em 20 de janeiro de 1942, durante a Conferência de Wannsee. Naquela ocasião, 15 líderes nazistas, incluindo secretários de estado, oficiais das SS, líderes do partido e outros líderes do governo, se reuniram para discutir planos para uma ‘solução final da questão judaica na Europa’. Eles se referiam de forma eufemística ao genocídio dessa forma, ou apenas chamando o mesmo de ‘a solução final’. Durante o encontro, o oficial Reinhard Heydrich descreveu o plano de como os judeus europeus iriam ser encurralados e enviados para os campos de extermínio.
  3. Os nazistas diferenciavam entre campos de extermínio e campos de concentração. O termo ‘campo de extermínio’ (Vernichtungslager) se refere a campos cuja função principal era o genocídio. Nestes casos, os nazistas esperavam que a maioria dos prisioneiros que chegassem morressem algumas horas depois que chegassem, ao contrário do que acontecia em campo de concentração, onde eles poderiam morrer depois de um longo período de tortura e fome. Nos primeiros anos do Holocausto, os judeus eram enviados primeiro a campos de concentração, mas de 1942 em diante, eles tinham como principal destino os campos de extermínio.
  4. O genocídio nos campos de exermínio foram realizados no princípio por meio de tiroteiros em massa. No entanto, os tiroteiros foram tidos como psicologicamente ‘muito fortes para os atiradores’. Em seguida, os nazistas tentaram fazer o extermínio por meio de explosivos, mas isso também foi insustentável. Por esse motivo, a forma que se tornou mais comum para o assassinato das vítimas foi a das câmaras de gás, normalmente com monóxido de carbono ou algum pesticida a base de ácido cianídrico. As câmaras de gás poderiam matar 2 mil pessoas ao mesmo tempo. Uma vez nas câmaras, cerca de um terço das vítimas morriam imediatamente, enquanto outros poderiam resistir por até 20 minutos.
  5. O uso de campos equipados com câmaras de gás com o propósito de exterminação em massa de um povo foi algo único do Holocausto e não tem precedente na história. Nunca na história se construíram locais com o propósito expresso do extermínio de pessoas em massa. Estes campos de extermínio foram estabelecidos em Auschwitz, Belzec, Chełmno, Jasenovac, Majdanek, Maly Trostenets, Sobibor, e Treblinka. Por razões políticas e logísticas, a maioria dos campos de extermínio foram construídos na Polônia ocupada pelos nazistas, já que era o país com o maior número de judeus na Europa.
  6. Em vários campos de concentração e de extermínio, os nazistas conduziram experimentos médicos em seus prisioneiros, incluindo o uso de sujeiros em câmaras de pressão, o teste de drogas, o congelamento deles, as tentativas de mudar a cor dos olhos de crianças por meio de químicos, amputações e outras cirgurgias que erm realizadas sem anestesia. O mais conhecido dos médicos nazistas foi o Dr. Josef Mengele, que trabalhou em Auschwitz. De acordo com testemunhas, em certa ocasião, Mengele tentou juntar com serra a dois gêmeos chamados de Guido e Ina, que tinham apenas 4 anos, na tentativa de criar gêmeos siameses. Após o experimento falhar, os pais dos gêmeros conseguiram morfina, e tiveram que matar as duas crianças para acabar com o sofrimento.
  7. As igrejas da Europa estiveram em sua maioria silenciosas enquanto os judeus eram perseguidos, deportados e assassinados pelos nazistas. Segundo a estudiosa em Holocausto, Victoria J. Barnett, “Na Alemanha Nazista em Setembro de 1935, haviam alguns cristãos na Igreja Protestante Confessante que pediram que sua igreja fizesse uma declaração pública em defesa dos judeus. Seus esforços, entretanto, foram sobrepujados pelos líderes da igreja que queriam evitar qualquer conflito com o regime nazista.”
  8. A maior Igreja Protestante na Alemanha nos anos 30 foi a Igreja Evangélica Alemã, composta por 28 igrejas regionais ou Landeskirchen, que reunia três tradições teológicas que vieram da reforma: luteranos, reformados e unidos. A maioria dos milhões de cristãos protestantes da Alemanha eram membros dessa igreja, ainda que houvessem outras igrejas ‘livres’, como os metodistas e os batistas. Historicamente, a Igreja Evangélica Alemã se via como um dos pilares da sociedade e da cultura alemã, com uma tradição teológica de lealdade ao estado. Durante os anos 20, surgiu um movimento nesta igreja chamado de Deutsche Christen, ou ‘cristãos alemães’. Estes ‘cristãos alemães’ abraçaram muitos dos aspectos nacionalistas e raciais da ideologia nazista. Uma vez que os nazistas ascenderam ao poder, este grupo buscou a criação de uma ‘Igreja do Reich’ que se apoiasse numa ‘versão nazista do cristianismo’. A Bekennende Kirche, ou Igreja Confessante, surgiu em oposição aos ‘cristãos alemães’. Sua Confissão de Fé de Barmen declarava que a aliança da igreja era com Deus e com a Bíblia, e não com um Führer terreno.
  9. O pastor Dietrich Bonheffer, autor do livro Discipulado e morto pelo regime, foi signatário, junto a outros pastores que se colocavam em oposição ao nazismo, da Declaração Teológica de Barmen, que criou a Igreja Confessante. A organização não aceitava a influência nazista na igreja luterana alemã nem suas tentativas de criar uma teologia nacionalista. Entre outras coisas, a Igreja Confessante declarava que: “Face dos erros dos «cristãos alemães» da presente administração da Igreja do Reich(…) Rejeitamos a falsa doutrina de que a Igreja teria o dever de reconhecer – além e aparte da Palavra de Deus – ainda outros acontecimentos e poderes, personagens e verdades como fontes da sua pregação e como revelação divina. (…) Rejeitamos a falsa doutrina de que à Igreja seria permitido substituir a forma da sua mensagem e organização, a seu bel prazer ou de acordo com as respectivas convicções ideológicas e políticas reinantes. (…) Rejeitamos a falsa doutrina de que o Estado poderia ultrapassar a sua missão especifica, tornando-se uma diretriz única e totalitária da existência humana, podendo também cumprir desse modo, a missão confiada à Igreja. Rejeitamos a falsa doutrina de que a Igreja poderia e deveria, ultrapassando a sua missão específica, apropriar-se das características, dos deveres e das dignidades estatais, tornando-se assim, ela mesma, um órgão do Estado.”
  10. O número de judeus mortos durante o Holocausto é debatido, mas a maioria dos estudiosos acredita que 6 milhões de judeus foram mortos durante o genocídio, cerca de 78% dos 7.3 milhões de judeus na Europa ocupada pelos nazistas na época. Além disso, os nazistas assassinaram aproximadamente 2 a 3 milhões de prisioneiros de guerra soviéticos, dois milhões de poloneses étnicos, cerca de 1,5 milhão de ciganos, 200 mil pessoas com deficiência, dissidentes religiosos e políticos, 15 mil homossexuais e 5 mil testemunhas de Jeová. Deixando um total de mortes de cerca de 11 milhões.

Com informações do The Gospel Coalition.

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