Torturado por amor a Cristo

Como diz o título do best-seller que é a autobiografia espiritual do evangelismo romeno Richard Wurmbrand, o autor foi torturado por amor a Cristo. Judeu de nascimento, Wurmbrand entregou a vida a Jesus Cristo já perto dos trinta anos de idade e começou a pregar o evangelho alguns anos mais tarde, quando a União Soviética ocupou a Romênia e empurrou o cristianismo para a clandestinidade.

Indiferente ao perigo, Wurmbrand continuou pregando o evangelho. Pouco depois, ele foi sequestrado pela polícia secreta enquanto estava indo para a igreja, sendo mandado para a prisão, onde passou um total de catorze anos em cativeiro comunista. Ao longo dos inúmeros períodos no cárcere, Wurmbrand experimentou sofrimentos terríveis. Foi ridicularizado e espancado, foi submetido a queimaduras e congelamento, sofreu lavagem cerebral e todo tipo de violência. Por horas a fio os comunistas lhe diziam: “Ninguém ama mais você, ninguém ama mais você, ninguém ama mais você.”

Apesar de seus sofrimentos, Richard Wurmbrand se recusou a desistir de sua fé no evangelho, de sua esperança em Jesus Cristo ou de seu amor pelos próprios comunistas que o mantinham preso sob condições brutais. O que é que lhe permitiu suportar toda essa perseguição e todo esse sofrimento? Simplesmente isso: o amor de Jesus. Aqui está o que Wurmbrand escreveu sobre o que chamava de “derrotar o comunismo por meio do espírito amoroso de Cristo”:

Presos na solitária, não conseguíamos mais orar como antes. Nossa fome era inimaginável, havíamos sido dopados até que ficamos como idiotas. Éramos só pele e osso. A Oração do Senhor era longa demais para nós. Não conseguíamos nos concentrar o suficiente para dizê-la. Minha única oração, repetida vez outra vez, era: “Jesus, eu te amo”. E, então, em um dia glorioso, recebi a resposta de Jesus: “Você me ama? Agora eu lhe mostrarei como eu o amo”. Naquele instante, senti em meu coração uma chama que ardia como o sol (…) Eu conheci o amor daquele que deu sua vida na cruz por todos nós.

Wurmbrand observou o mesmo amor agindo na vida dos companheiros de prisão que também declaravam seguir a Cristo:

Nas prisões comunistas, vi cristãos com correntes de 50 quilos presa nos pés, torturados com barras de ferro incandescentes, forçados a engolir colheradas de sal, sendo depois disso mantidos sem água, morrendo de fome, chicoteados, sofrendo de frio e orando com fervor pelos comunistas. Isso é humanamente inexplicável! É o amor de Cristo, que foi derramado em nosso coração.

Após ser liberto do cárcere, Wurmbrand fundou um ministério que ajuda hoje a Igreja perseguida em dezenas de países. 

Por Rilson Joás, com trechos do livro ‘Amar como Jesus ama’ de Philip Ryken (págs. 183-185, Editora Vida Nova). 

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