Papa Francisco considerava livro de C. S. Lewis um de seus favoritos

A recente morte do Papa Francisco (1936-2025) trouxe à tona aspectos menos conhecidos do pontífice, incluindo sua apreciação pela literatura. Entre suas obras preferidas, destaca-se “Um Experimento em Crítica Literária” de C.S. Lewis, autor britânico conhecido por seu compromisso com a fé protestante anglicana.

Este apreço por Lewis revela um aspecto importante da personalidade do falecido Papa: sua abertura ao diálogo ecumênico e valorização de vozes cristãs além do catolicismo romano. C. S. Lewis, embora anglicano, é respeitado por cristãos de diversas denominações por sua capacidade de articular fundamentos da fé comum.

“Um Experimento em Crítica Literária”, publicado em 1961, propõe uma abordagem inovadora à crítica, focando nas impressões do leitor e defendendo que a literatura existe primordialmente para o prazer do público. Esta visão da literatura parece ter ressoado com Francisco, que via na leitura um “oásis” capaz de abrir “novos espaços de internalização”.

Na lista dos 5 favoritos, além da obra de Lewis, o Papa também apreciava obras como “A Ideia de uma Sociedade Cristã” de T.S. Eliot, que reflete sobre o papel da fé cristã na política e sociedade. Seu gosto literário incluía ainda dois volumes da monumental obra de Marcel Proust, “Em Busca do Tempo Perdido” – o primeiro e o último volumes da série. Completava a lista “Borges oral & Sete Noites”, do escritor argentino Jorge Luis Borges.

Francisco, que foi professor de literatura na juventude, antes de seguir o caminho religioso, manteve este interesse ao longo de sua vida. Em carta dirigida a jovens padres em 2024, afirmou que “encontrar um bom livro pode ser como um oásis que nos afasta de outras atividades que não nos fazem bem”.

O apreço por C.S. Lewis alinha-se com os esforços de Francisco ao longo de seu pontificado para promover o diálogo ecumênico e aproximar católicos e protestantes. Esta postura reflete em parte ao próprio pensamento de Lewis que, em sua famosa obra “Cristianismo Puro e Simples”, defendia que as diferentes denominações cristãs compartilham valores e crenças essenciais, propondo um “mero cristianismo” que transcende divisões institucionais e doutrinárias em favor da unidade fundamental dos seguidores de Cristo em aspectos que ele acreditava que ressoavam em todos os cristãos ortodoxos.

Com informações da CNN.

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