Vinte anos após a performance marcante em “A Paixão de Cristo”, o ator Jim Caviezel se prepara para reprisar o papel de Jesus na aguardada sequência, “A Ressurreição de Cristo”, dirigida novamente por Mel Gibson. Em meio à preparação física e mental, Caviezel revelou um componente chave de sua jornada espiritual: o estudo da obra do aclamado autor protestante C.S. Lewis.
Especificamente, o ator de 56 anos citou “Cartas de um Diabo a seu Aprendiz“ (The Screwtape Letters) como uma ferramenta essencial. Em entrevista recente ao programa “Arroyo Grande”, Caviezel explicou que recorrer à obra, que consiste em cartas fictícias de um demônio sênior instruindo seu sobrinho aprendiz sobre como tentar os humanos, o ajuda a compreender os “pensamentos malignos” que ele busca combater espiritualmente ao encarnar Cristo.
“Não vou interpretar Jesus. Preciso que Ele me interprete”, declarou Caviezel, enfatizando a dimensão espiritual profunda que ele atribui ao papel. Ele descreveu a preparação e a própria filmagem como uma “guerra” espiritual, na qual o livro de Lewis serve como um guia para entender as táticas do adversário.
Essa abordagem complementa outras práticas espirituais que o ator pretende adotar durante as filmagens, previstas para começar em agosto de 2025, em Roma. Caviezel mencionou que planeja jejuar, meditar sobre o rosário e receber a Eucaristia diariamente no set.
A escolha de C.S. Lewis, um anglicano conhecido por suas profundas reflexões sobre fé, teologia e moralidade cristã, como fonte de inspiração para interpretar Jesus, destaca a busca de Caviezel por uma compreensão multifacetada do personagem e do conflito espiritual inerente à narrativa da Ressurreição.
A sequência
“A Ressurreição de Cristo”, coescrita por Gibson e Randall Wallace (roteirista de “Coração Valente”), promete ser uma exploração intensa e até “surreal” dos eventos após a crucificação. O filme tem estreia prevista para 2026.
A dedicação de Caviezel ao papel é notável, especialmente considerando os desafios extremos enfrentados durante as filmagens de “A Paixão de Cristo”. O ator sofreu deslocamentos nos ombros, hipotermia, infecções graves, precisou de cirurgias cardíacas e foi até mesmo atingido por um raio. “Entrei em choque e saí do corpo”, relembrou sobre o incidente com o raio. “Meu coração parou.”
Apesar do trauma físico e do aviso de Gibson de que o papel poderia prejudicar sua carreira em Hollywood, Caviezel aceitou prontamente retornar. Ele afirma abordar o novo filme com mais perspectiva e maturidade, inclusive em sua compreensão da fé, admitindo que na época do primeiro filme ainda não compreendia completamente doutrinas como a transubstanciação.
Ao buscar inspiração em C.S. Lewis, Caviezel demonstra um compromisso contínuo em aprofundar sua compreensão espiritual para entregar uma performance que, segundo ele, transcende a mera atuação, buscando ser um veículo para a própria presença de Cristo na tela.
Com informações do The Christian Post.